Resumo
O design digital e o designer, como agentes de comunicação na sociedade digital, devem desafiar e assumir um papel de inovação e de criação. A problemática da digitalização do Instituto Católico de Viana do Castelo (ICVC) revela ser um desafio de investigação teórica e prática em projecto de design digital. Pertencente à Diocese de Viana do Castelo, o projecto enquadra-se numa plataforma digital de diálogo e partilha de conhecimento da Igreja diocesana com o mundo da comunicação e espaço da formação dos agentes de ação pastoral. Implementado e desenvolvido em três fases, da pesquisa à criação digital e sua conclusão, parte do estudo ao conhecimento, seguindo a metodologia de investigação de Design Research de Neil Leonard e Gavin Ambrose.
Abstract
Digital design and the designer, as communication agents in the digital society, must challenge and assume a role of innovation and creation. The issue of digitalization at the Instituto Católico de Viana do Castelo (ICVC) proves to be a challenge for theoretical and practical research in a digital design project. Belonging to the Diocese of Viana do Castelo, the project is part of a digital platform for dialogue and knowledge sharing between the diocesan Church and the world of communication and a space for training agents of pastoral action. Implemented and developed in three phases, from research to digital creation and its conclusion, from study to knowledge, following the Design Research research methodology of Neil Leonard and Gavin Ambrose.
Palavras-chave: Ambiente Digital; Design digital; Plataforma digital.
I – Introdução
Edifício edificado em centro histórico, datado do Séc. XVIII, antiga residência familiar extensa, foi posteriormente o palco de diferentes destinos e utilizações ligadas ao mundo da cultura, tratando-se de um espaço de formação cultural, artístico e apostólico. Com a criação da Diocese de Viana em 1977, o ICVC em 11 de outubro de 1991, foi designado como sede legal com valências de formação, conservação & restauro e divulgação cultural. Com a evolução da sociedade de informação e comunicação no Alto Minho, será a digitalização a nova plataforma de diálogo da igreja diocesana com o mundo da cultura e espaço de formação de agentes de ação pastoral? Este desafio é a nova proposta e estratégia do ICVC para a nova ação pastoral, de Deus, Homem e Natureza.
II – Instituição Cultural
História do edifício sede e sua criação
O edifício consta de um palacete mandado construir, na primeira metade do séc. XVIII, pelo médico Dr. Gonçalo de Barros, a fim de acolher a sua enorme família de 11 filhos. Ligado ao mundo da cultura a partir da família que o mandou construir, este edifício assim acabaria por ficar para sempre, pelos diferentes destinos e utilizações, adquirido no início do séc. XX pelo circulo católico de Viana do Castelo. Com a criação da Diocese de Viana do Castelo, cria-se o Instituto Católico de Viana do Castelo, por Decreto do Bispo Dom Armindo Lopes Coelho, em 11 de Outubro de 1991, atribuindo valências nas diferentes áreas de intervenção: Formação, Conservação & Restauro e Divulgação & Promoção Cultural.
Organização da ação pastoral do ICVC
O ICVC é uma instituição cultural por decreto de Bispo Diocesano em 11 de outubro de 1991 sediado na cidade de Viana do Castelo. A finalidade é fomentar a cultura geral e religiosa na liberdade de pensamento e missão da igreja, estruturada em área artística, cultural e patrimonial. Na formação, a Escola Superior de Teologia e Ciências Humanas (ESTCH) administra cursos e formações para sacerdotes, cristãos e leigos. Na Conservação & Restauro, inclui um arquivo, um museu e um património artístico documental, de peças de carácter litúrgico, arte sacra e arqueológico. Com a Divulgação & Promoção Cultural, a biblioteca, a livraria e objectos de culto servem todos os agentes pastorais pertencentes à Diocese de Viana.
III – Digitalização da Instituição Cultural icvc.pt
História do edifício sede e sua criação
Howard Rheingold em “Smart Mobs: The Next Social Revolution” do capítulo Rethink Virtual Communities refere as mudanças da sociedade em ambiente digital.
“The world has changed, virtual communities have changed, my opinions have change, and I have changed” (Howard Rheingold, p.323).
Compreender a informação digital para instituição cultural do ICVC, significa pensar que tipo de sociedade pode surgir do ciberespaço social do amanhã, que tipo de informação e comunicação no alto Minho preferimos ter e ser, “uma porta aberta ao diálogo e encontro”. (cit. Pe. Pablo Lima, 2019). Partindo da proposta, fig1., o investigador propõe tornar digital as ligações que cada uma destas fornece, enfrentando o contexto de desafio da digitalização em plataforma digital. Em “comunidade virtual de redes online” (Rheingold Howard, 2000), descreve uma comunidade que é tão real e confusa quanto qualquer outra comunidade física. Um grupo de pessoas podem ou não encontrar-se face a face, trocar palavras e ideias através da mediação de redes digitais. Em “Smart Mobs: The Next Social Revolution” (Rheingold Howard, 2003), explora a próxima revolução social, transformando culturas e comunidades na era do acesso instantâneo — as tecnologias de cooperação. Uma jornada que permite conectar qualquer pessoa, a qualquer hora e em qualquer lugar, em que as pessoas a usem, resistem e se adaptam a ela, revelando como ser uma nova comunidade de aprendizagem on-line. Os anos das redes sociais e conectividade revelam no tempo desafios para instituição cultural afirmar-se com os seus valores e missão da igreja com a sociedade.
A expressão e a visibilidade no espaço social digital revela o seu campo de atuação, compreender o comportamento digital para expressar uma mensagem digital. A criatividade interactiva em que a imagem, áudio e texto são componentes a gerir, propondo desenvolver a sua própria mensagem (Pereira Brandão, 2007), em abordagem multimédia. Ainda este autor, na sua dissertação, no capítulo de a “comunicação multimédia”, explica na sua introdução de que as tecnologias devem ser exploradas no seu todo na sociedade. As plataformas digitais conectam e interpretam as comunidades virtuais. “As tecnologias do digital aparecem então como a infra-estrutura do ciberespaço, novo espaço de comunicação, de sociabilidade, de organização e de transacção, mas também novo mercado da informação e do conhecimento.” (Jorge Brandão, 2017, p.83)
Conclusão
Na conversão de dados analógicos em informação digital, as plataformas digitais são o novo espaço de comunicação entre instituições/empresas e consumidores/utilizadores. Esta comunica em redes digitais interpretadas por um meio digital – a internet. Os utilizadores dialogam entre mensagens instantâneas e plataformas digitais em que a rapidez é chave organizacional com objectivos distintos permitindo conviver neste espaço, retirando potencialidades mais positivas nos planos económico, político, cultural, religioso e humano. Com a digitalização, a cultura digital transforma o meio. As plataformas digitais incorporam o e-learning e o e-commerce, a conectividade na sociedade é incorporada como um bem essencial, a comunicação e aprendizagem digital tornam-se essência diária profissional e cultural da atualidade.
Por fim, como explica Manuel João Vaz Freixo, a teoria procura sistematizar enunciados, organizar ideias sobre a realidade, com modelos que representam simbolicamente um processo ou ideia, Neste caso, a teoria é a explicação da digitalização e o modelo é a representação em plataforma digital. Na segunda parte de investigação, iremos abordar o caso de estudo – www.ccc.diocese-porto.pt – e analisar a digitalização em plataforma digital.